domingo, 7 de fevereiro de 2010

«cabeça arrefecida»

Admito que é muito desconcertante tudo o que por aí se passa, mas parece que encontrei um post esclarecedor (de pessoa esclarecida), este: A manipulação das chefias e redacções dos media não deve ser confundida com o problema da liberdade de expressão. A manipulação parece ter existido, sobretudo feita por arrivistas ( mais ou menos jovens) desejosos de mostrar serviço. A entourage de Sócrates não fez mais do que fizeram Miterrand, Berlusconi, ou Cavaco, no seu tempo ( lembro-me muito bem como era a RTP, A Capital e o DN ( esse é uma vocação).
Essa manipulação acaba por provocar baixas? Claro, se não não era manipulação. Acontece que a liberdade de expressão é um assunto infintamente mais sério e excêntrico às possibilidades manipulativas da actual órbita governamental. Quem se se interessa pelo assunto, e o estuda, sabe que é um disparate falar de ausência de isegoria em Portugal. E é um desrespeito miserável pela memória daqueles que, de facto, a sofreram no passado.
A liberdade de expressão não se esgota no ego de um jornalista ou na caneta de um comentador. Envolve um vastíssimo sub-conjunto de liberdades e, por isso, sempre que foi cerceada, implicou um aparelho político global. Orgãos inteiros, partidos, sindicatos, universidades, todos foram silenciados em experiências do passado ( para falar só do passado).
É conveniente manter a cabeça arrefecida.

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